Camelô dribla lei e vende cachaça na Dutra
Ambulantes também oferecem cerveja; comerciantes legais têm prejuízo de até R$ 20 mil
Vitor Hugo Brandalise e Clayton de Souza
Desde que a Medida Provisória 415, que proíbe comércio de bebidas alcoólicas na beira de rodovias federais, entrou em vigor, no dia 1º, lojas de conveniência, bares e restaurantes às margens da Via Dutra tiveram prejuízo de até R$ 20 mil. Há, porém, quem veja nisso uma oportunidade - caso do desempregado J. L., que encosta seu Verona vinho 1989 todos os dias em uma rua a 50 metros da rodovia e, entre sanduíches de mortadela e copos de café, vende cachaça pura, caipirinha e cerveja gelada.
A idéia inicial, segundo L., era vender o café da manhã para os funcionários de uma companhia metalúrgica dos arredores, mas decidiu mudar de negócio quando percebeu o novo nicho."Ô se melhorou depois da lei!", diz L., de 45 anos. No banco de trás, ele guarda uma caixa de isopor de 100 litros com refrigerantes, copos de água mineral e, àquela altura do dia, por volta das 13 h, meia dúzia de latas de cerveja. "Trago, geralmente, umas duas caixas. Mas tiro pouca coisa, no máximo R$ 30 por dia." No porta-malas, ele tem ainda 30 pães, 250g de mortadela e duas garrafas de cachaça pela metade.
Cerca de 12 km à frente, no sentido Rio, outro vendedor ambulante vendia bebidas alcoólicas - cervejas, retiradas de dentro de uma sacola preta, a R$ 2 - tranqüilamente, bem próximo a uma viatura da PRF. Os policiais, que estavam a menos de 50 metros do local vistoriando uma motocicleta, nada fizeram a respeito do ambulante.
Segundo a PRF, o foco da fiscalização, hoje, são os estabelecimentos fixos na beira das estradas. O último balanço da PRF relativo à MP 415, divulgado após o carnaval, aponta 56 autuações em São Paulo - diante de 855 em todo o Brasil.
"Quem sai perdendo nessa história toda são os comerciantes", lamenta Adriano Batistela, proprietário de uma churrascaria na beira da Via Dutra. "É triste esse lugar no fim da tarde. Não eram motoristas que bebiam aqui, mas funcionários das empresas vizinhas", diz Batistela, que tem encalhados no estoque cerca de 5 mil garrafões de vinho - prejuízo de aproximadamente R$ 20 mil. "Essa medida é só para enganar. Qualquer um que quiser mesmo beber, vai beber", diz.
Ambulantes também oferecem cerveja; comerciantes legais têm prejuízo de até R$ 20 mil
Vitor Hugo Brandalise e Clayton de Souza
Desde que a Medida Provisória 415, que proíbe comércio de bebidas alcoólicas na beira de rodovias federais, entrou em vigor, no dia 1º, lojas de conveniência, bares e restaurantes às margens da Via Dutra tiveram prejuízo de até R$ 20 mil. Há, porém, quem veja nisso uma oportunidade - caso do desempregado J. L., que encosta seu Verona vinho 1989 todos os dias em uma rua a 50 metros da rodovia e, entre sanduíches de mortadela e copos de café, vende cachaça pura, caipirinha e cerveja gelada.
A idéia inicial, segundo L., era vender o café da manhã para os funcionários de uma companhia metalúrgica dos arredores, mas decidiu mudar de negócio quando percebeu o novo nicho."Ô se melhorou depois da lei!", diz L., de 45 anos. No banco de trás, ele guarda uma caixa de isopor de 100 litros com refrigerantes, copos de água mineral e, àquela altura do dia, por volta das 13 h, meia dúzia de latas de cerveja. "Trago, geralmente, umas duas caixas. Mas tiro pouca coisa, no máximo R$ 30 por dia." No porta-malas, ele tem ainda 30 pães, 250g de mortadela e duas garrafas de cachaça pela metade.
Cerca de 12 km à frente, no sentido Rio, outro vendedor ambulante vendia bebidas alcoólicas - cervejas, retiradas de dentro de uma sacola preta, a R$ 2 - tranqüilamente, bem próximo a uma viatura da PRF. Os policiais, que estavam a menos de 50 metros do local vistoriando uma motocicleta, nada fizeram a respeito do ambulante.
Segundo a PRF, o foco da fiscalização, hoje, são os estabelecimentos fixos na beira das estradas. O último balanço da PRF relativo à MP 415, divulgado após o carnaval, aponta 56 autuações em São Paulo - diante de 855 em todo o Brasil.
"Quem sai perdendo nessa história toda são os comerciantes", lamenta Adriano Batistela, proprietário de uma churrascaria na beira da Via Dutra. "É triste esse lugar no fim da tarde. Não eram motoristas que bebiam aqui, mas funcionários das empresas vizinhas", diz Batistela, que tem encalhados no estoque cerca de 5 mil garrafões de vinho - prejuízo de aproximadamente R$ 20 mil. "Essa medida é só para enganar. Qualquer um que quiser mesmo beber, vai beber", diz.
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