quarta-feira, 19 de março de 2008

RETROCESSO

Lei Seca não será abrandada

Agencia Estado

Apesar dos protestos de empresários e da ameaça de
derrubada da Medida Provisória (MP) 415 no Congresso, o governo
federal anunciou hoje que a proibição de venda de bebidas
nas rodovias federais não será flexibilizada. Ao
contrário, a chamada "lei seca" será usada para endurecer
a vigilância da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na
operação de Semana Santa. A aplicação da
"lei seca" será estendida aos estabelecimentos das pistas
marginais.

A fiscalização atingirá não só bares,
restaurantes e botecos, mas também supermercados, shoppings,
motéis e postos de combustíveis, inclusive nos
perímetros urbanos. "O governo será muito duro e
não retrocederá um centímetro na lei, para impedir
que motoristas bêbados coloquem em risco a vida de terceiros",
disse o secretário-executivo do Ministério da
Justiça, Luiz Paulo Barreto Teles, ao lançar hoje a
Operação Semana Santa, ao lado do diretor-geral da
Polícia Rodoviária Federal (PRF), Hélio Derenne.
"Não é proibido beber, nem vender bebida no País,
mas o cidadão que não bebe tem o direito de não
ter a vida colocada em risco por um irresponsável embriagado no
trânsito", disse.

A operação se
estenderá da meia-noite de hoje até a meia-noite de
domingo nos 61 mil quilômetros de rodovias federais. Sobre a
reclamação dos sindicatos de bares, restaurantes e
similares, que alegam um elevados com a lei seca, Barreto foi
irredutível. "Não estamos tratando de lucros, mas de
vidas. Se 90% do lucro desses estabelecimentos vêm de venda
bebida a motoristas, esse lucro é indevido e tem mesmo de
acabar", explicou. "Que vendam suco, chocolate ou tapioca", aconselhou.

Segundo o secretário, o governo e a base aliada, estudam pequenas
mudanças para abrandar a proibição apenas nos
estabelecimentos que não tenham como característica a
venda de bebida para motoristas. Um grupo de trabalho criado pelo
ministério estuda as exceções para um futuro
acordo no Congresso, onda a MP causa muita polêmica.

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